domingo, 31 de maio de 2009

Enroladinho de camelo

A degradação do português


Metade do meu msn fala aquela porra de "atóóóron", "odeion", "te queron". A outra metade fala usa fikdik, chegay, compray, amay, benhêêê. E toda vez que eu leio isso fico com pena do português. Eu sei que provavelmente as pessoas não escrevem isso numa prova, por exemplo, mas qual a necessidade de falar que nem uma bicha enrustida ou um completo retardado no msn? E não é algo original, alguém viu um vídeo no youtube de alguém falando "atóron" e repetiu EM TUDO. (Eu não vi o video, mas já me descreveram a situação deste :D)
E pelo amor de Deus, eu não sou contra as abreviações do tipo: pq, vc, kd, q...
Mas é realmente necessário degradar o português? Coitado!
Então deixo aqui o meu apelo.
Por pessoas menos repetitivas e um português aceitável. =D
Diga NÃO ao analfabetismo.

11 comentários:

Simone Brasil disse...

adoooro fikdik! HAHAHAHAHAHAHAHA!
aliás, eu e um outro escritor desse blog!

Bjs!

Unknown disse...

Ahhh qualé
Esses "erros" que as pessoas fazem dao personalidade a fala da pessoa, e isso não é analfabetismo, e as pessoas não vao. Na hora que ve um escrevendo "ei miguXuúú", na hora vc sabe que é um E.M.O, eu odeio isso, mas é único

VIVA A DIFERENÇA! Já somos obrigados a escrever do jeito que os gramáticos querem, vamos abusar onde não podem nos afetar

Mare Soares disse...

Não é personalidade, é repetitivo. Alguém falou e todo mundo resolveu repetir. Além disso vi várias pessoas com a onda do "benhê" e um tempinho depois parou de usar. Assim como vi gente que não escrevia chagay, por exemplo, escrevendo depois.
O fato é: Daqui a pouco todo mundo cansa disso, então qual a necessidade de escrever que nem um animal?
E cara, não vem com isso de dar personalidade ao que escreve, porque faz parecer que vc escreveria assim o tempo inteiro e não é verdade. Quando a moda passar, você vai parar de fazer, então vc mudou de personalidade escritiva, se assim podemos falar, como troca de cueca? o.o
Eu acredito que não.

Unknown disse...

Entao o seu problema é, por fim, com a moda, nao com o bem estar do portugues

CL disse...

Mare, sinto concordar com o Mark.

Não há nada de mal em modismos na escrita. Se assim fosse, pode começar a brigar com os movimentos literarios. Afinal, em diversos deles, suas modificações foram muito mais relevantes que "benhê's" da vida.

E se você quiser discutir que essas mudanças tinham um fundamento filosofico, pode-se utilizar muito bem os argumentos usados pelo Mark.

Anyway, eu sou contra o "purismo" português. Acho a gramatica uma bosta que ninguem segue. E nem deveria seguir.

Bjão

Mare Soares disse...

As mudanças literárias que ocorreram tiveram motivos, não modismo. E vc só diz que não há nada de mal em escrever que nem um retardado na internet pq nunca viu a prova de alguém com coisas escritas dessa forma. É de ficar horrorizado.
E a gramática só é uma "bosta" porque é difícil pra porra e poucas pessoas sabem de verdade. E em vez de aprendê-la é mais fácil dizer que é uma bosta ou que ninguém deveria saber. ¬¬
Porra a nossa língua é rica pra caralho e ficam destruindo a coitada com "atórons" da vida que de boa, é coisa de retardado.
E largando a UFRJ ou não, eu sou uma estudante de letras e vocês noção do quão é destruidor ver alguém fazendo isso. É semelhante a uma pessoa escrevendo jeito com g ou botando n na frente de p e b.

PA disse...

Também sou contra a rigidez do idioma. Mas não diria que esses "erros" tem a ver só com a personalidade, mas com uma forma de identificação/criação de "guedos cybernéticos"..
As pessoas só conversam assim com determinadas pessoas, e se identificam mutuamente.
Além de que acho que a função da lingua é a de comunicar, e pela primeira vez a lingua parece "evoluir"(ou mudar) levando-se em conta a fonética e não a grafia. Tipo, se escreve PQ não só pra abreviar, mas porque são essas duas letras as que tem algum destaque na pronuncia da palavra por extenso.. o mesmo acontece com essas palavras "novas", BENHÊ é uma forma bastante comum coloquialmente...

Enfim, também parto da noção de que a gramática vem depois da lingua, por isso ela nunca poderia ter alguma primazia sobre a comunicação. São leis que só vem depois do crime. As pessoas se comunicam de uma determinada forma e aí vem a gramática a dizer que é assim que elas devem se comunicar; mas as sociedades(e, conseqüentemente, as sociabilidades) são dinâmicas, não dando tempo à Gramática de acompanhar esses movimentos.

Concordo que há coisas desnecessárias, mas vejo muito mais coisas desnecessárias dentro das gramáticas!

CL disse...

No meu comentario eu tentei escrever algo foda assim.

Mas acho que a coisa mais inteligente que posso falar é: concordo com PA.

Bjo

Mare Soares disse...

A línguistica diz mais ou menos o que o PA disse. Não é errado falar nós vai desde que as pessoas se entendam. Mas o propósito do meu texto não é o falado (apesar de eu não concordar com o que a lingüistica diz), é enfatizar no escrito.
Lógico que tem coisas desnecessárias na gramática, mas o básico nos foi passado através das aulas de português. E a gramática é flexível, sim. Antes era errado falar trazido ou trago, não lembro qual era, mas as pessoas começaram a falar e a gramática passou a acetar as duas formas. Mas isso não degradou o português de forma alguma, pelo contrário, só contribuiu para deixar a língua mais rica.
Mas ninguém que escreve com essas viadagens no msn e afins faz isso para enriquecer a língua, é só uma moda passageira - e idiota - onde daqui a pouco ninguém mais fala e nem sequer lembra que falou.
Então eu volto a perguntar: qual é a necessidade disso? Não contribui de forma nenhuma para absolutamente nada, só degrada a língua. Já pensou se você fosse pegar um livro sério para ler e tivessem mandado um "atóron" no meio dele? Eu, particularmente, fecharia o livro no mesmo instante. E já imaginou se a gramática a cada modismo adicionasse essas alterações na língua? Só de grupo em grupo seria intendível. E o que aconteceria quando caisse em desuso?

PA disse...

Mas o propósito é justamente fugir da gramática e "criar"(repetir também é criar, algumas vezes, à medida que se solidifica um processo e se reconhece como legitimo) formas de comunicação únicas e pessoais...
Tem mais a ver com os modismos coloquiais do que com a legitimidade gramatical. E além disso é uma criação limitada pela própria gramática "natural'. tipo, interiorizamos as leis gramaticais pelo seu uso cotidiano, e criamos essas "aberrações gramaticais" seguindo certos preceitos de funcionamento da própria língua/linguagem; ou seja, não são tão erradas assim essas formas...

E ah, quanto a cair no desuso, simplesmente deixariam de ser usada, como boa parte do português já foi...

Gustavo disse...

"Eu canto em português errado, acho que o imperfeito não participa do passado, troco as pessoas, troco os pronomes.

Preciso de oxigênio."