quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Os ipês da avenida santa Rita

Diferente de todos os outros, naquele dia eu decidi que caminharia com minha irmã até o cursinho dela. Foi uma caminhada muito normal, a gente conversou sobre as trivialidades que sempre ocupam nosso tempo, e mal reparavamos nas coisas ao nosso redor. Algo natural com pessoas que realmente aproveitam a companhia uma da outra.
Já na volta, eu estava sozinho, e prestei atenção na paisagem urbana. Foi então que vi os Ipês da avenida santa Rita. O céu estava nublado, o que fazia tudo ainda mais óbvio. No meio daquela paisagem urbana, aquele amarelo vivo e intenso quase machucava os olhos, mas ainda assim, era muito belo.
Isso me lembrou eu mesmo caminhando por aquela mesma avenida,a pouco menos de um ano antes. Os ipês estavam bonitos também, daquela vez o dia estava ensolarado, e aquilo me fez pensar... As estações continuam passando...

Da primavera de 2009 pra cá, algumas coisas permaneceram as mesmas. Eu ainda uso os mesmos jeans desbotados e camisetas pra ir as aulas, eu ainda acho que me preocupar muito pouco com os estudos é meu maior defeito, ainda quero melhorar como jogador de basquete, o flamengo ainda me faz sofrer bastante...Outras mudaram bastante, meu cabelo tá diferente, estou mais magro, eu tenho passado cada vez mais tempo sozinho, agora eu curso agronomia, esse blog perdeu quase completamente o movimento, minhas idéias sobre a vida, amor, amizades, mudaram bastante... Graças a Deus.
E pensando sobre as estações que passaram, eu refleti momentaneamente sobre as pessoas que passaram na minha vida, e as que irão passar. Sabe... Eu não tenho ilusões sobre amores eternos, muito menos amizades eternas. Se tem uma coisa que a vida me ensinou é que a “eternidade” só pode ser feita de duas coisas:
-Ilusão
-Obrigação
Eu nunca quis viver de mentiras, muito menos obrigar alguém a ficar comigo. Então, quando cheguei a essa conclusão, decidi que na minha vida ficariam poucas pessoas. Mas pessoas que eu tivesse certeza que eu queria que ficassem, e que elas tivessem certeza que queriam ficar. E quando isso mudasse, as pessoas iriam embora, e tudo ficaria bem. Sem obrigações, sem brigas, sem mentiras, sem raiva. Pra, quem sabe assim, conservar melhor as lembranças que dividimos um dia.
E quem sabe, como as estações, essas pessoas pudessem voltar e me arrancar um sorriso nostalgico, me fazendo lembrar de quem eu fui um dia, e que não posso parar de caminhar. Porque a cada vez que esses mesmos ipês amarelos florescem, o ideal é que eu tenha me tornado alguém melhor. E não acho que poderia me tornar alguem melhor com um coração pesado de magoas.
Então... Gostaria de deixar registrado, ao menos uma vez, meus agradecimentos a todas as pessoas que passaram pela minha vida. As boas, as ruins, e as mais ou menos. Sem elas eu não seria quem eu sou hoje, e, apesar de me cobrar muito, eu gosto de quem sou hoje. E se, por acaso, um dia eu deixar sua vida, não vai vir com um aviso. Vai ser com sorrisos e boas lembranças. Espero que se isso ocorrer com você, que você leve minha piada mais sem graça, minhas mais sabias palavras, e meu melhor sorriso.

Foi otimo dividir isso com todos vocês!

Um comentário:

Gustavo disse...

Discordo de uma coisa ou outra... Mas enfim.

Pra mim seu melhor post.